quinta-feira, setembro 15, 2005

Incompreendido

Ser um incompreendido,

É ser vítima de uma sociedade pobre
Por não acreditar naquilo qu’é nobre,
Que cria e dá a criar,
Que lamenta não poder ajudar
Pois está ocupada demais
A preocupar-se com os status morais
Dos que nada têm p’ra dar...
É ter arte...
Ideias e imaginação
Para poder voar mais alto
Conseguir tocar o céu
No entanto uma ilusão
Fruto da sociedade
Obriga-o a ocultar as asas
A cair na realidade
Pois tudo não passa de um sonho...

É ter capacidades tais
Passíveis de mover montanhas
De vos penetrar nas entranhas
Estudando as vossas façanhas
Expondo as etapas ganhas
E aquelas que estão por ganhar

É conseguir exprimir no papel
Aquilo que se vai na alma
Usando pena ou pincel
E aliada uma subtil calma
Capaz de irritar o leigo
Absolvido da ignorância
Defeitos da sua infância
E a lacuna de ser meigo

É aplicar aquilo que sabe
Para conciliar os que ama
E explodindo de alegria
Pois só isso ele queria
Sem louros nem fama
Talvez um obrigado...

No entanto
Normalmente modesto
Ás vezes imperceptível
Mesmo o incompreendido
Necessita de um gesto
Podendo ser susceptível
De alguém agradecido
Que o faça sentir
E assim prosseguir
O espírito enaltecido
De alguém incompreendido...


Fausto Vasconcellos/Fev.2000