terça-feira, março 22, 2005

Pai...

Mais vale tarde que nunca, portanto aqui vai:

Não! Não me esquecerei de ti!
Não, enquanto o mundo não chegar ao fim
Não, enquanto o olhar se perder no céu
À procura duma estrela numa lágrima perdida,
Caída por terra, seca e esquecida.
Nem que fossem precisos mil anos
Nem que tivesse de nascer novamente,
Voltaria ao passado certamente
Pois só te queria perto de mim...
Tenho sangue do teu sangue
Vermelho rubro, quente e suave
Que arde por dentro num fogo eterno
Que me gela o coração qual Inverno
Mais frio que o gelo, mais gelado que o vento
À procura de um destino, num mundo sem sentido...
Eu daria a alma em troca do momento
Em que te pudesse ouvir novamente
E dizer-te: Feliz dia Pai.

Desculpa...

quinta-feira, março 03, 2005

52 Graus...


Marrocos - Deserto do Erg-Chebi.
Foi realmente a máxima temperatura experimentada neste paradisíaco local.

Fui a primeira vez a Marrocos em Agosto de 1993. Fiquei deslumbrado com as cores, os cheiros, o clima. Fiquei fascinado com as paisagens que mudavam constantemente ao longo dos 4000Km percorridos, as pessoas, as diferentes raças, culturas e costumes. Fiquei perplexo com os cenários de sonho qual Lawrence da Arábia. Fiquei apaixonado por toda uma cultura árabe que marcou a Península Ibérica, e que estava ali, diante dos meus olhos, debaixo dos meus pés, em todo o seu esplendor. Fiquei cliente.
Marrocos não é nada do que se diz. É certo que há pobreza, condições precárias e por vezes falta de higiene. Mas não há roubos nem raptos. Os Marroquinos são um povo pacífico e hospitaleiro, muito hospitaleiro. É preciso saber lidar com eles, ser educado, respeitar a sua religião, e, fundamentalmente, saber falar francês.
Depois da primeira vez, e passados 7 anos, voltei a Marrocos. Nada mudou. Estava quase intacto. A pérola que vislumbrei 7 anos atrás, estava ali, mais brilhante que nunca.
Mais uma ou outra edificação, as estradas em melhor estado, mas o resto era igual. Mais uma vez extasiei. Comecei a pensar que me sentia realmente bem em Marrocos. Não era só por estar em período de férias, era mesmo diferente. Voltei lá por mais duas vezes, em 2002 e 2004, sempre em Agosto. O calor é intenso, nessa altura, mas é suportável, não é “pesado” como o nosso calor de Verão. Já devo andar perto dos 9000Km só em Marrocos, e ainda não fui a todos os locais que queria ir. Estou a ponderar ir novamente este ano (2005), mas não depende só de mim.
Vejo, em Marrocos, o meu ponto zen. Os estados de descontracção, relaxamento, satisfação são tão grandes que desejava que os dias fossem semanas para poder descansar realmente dos 200 e muitos dias a trabalhar.
Os 9 a 15 dias que têm durado estas incursões pela África muçulmana não sabem a suficiente. Queria mais. Mas, como já disse, não dependo só de mim.
Acabo de revelar uma das minhas paixões, Marrocos. Prometo contar uma (ou até as 4) aventura pormenorizadamente. Por hoje é tudo

O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página. (Santo Agostinho)